Teste de simulação de hipóxia em altitude
Todos os anos milhões de pessoas deslocam-se em aviões comerciais, por todo o mundo. Com o aumento da idade média, aumenta o número de comorbilidades e consequentemente o risco de uma ocorrência durante o voo, altura em que a percentagem de oxigénio no ar inspirado se situa nos 15%.
O teste de simulação da hipóxia em altitude simula em laboratório, ao nível do mar, a hipóxia existente a 2438 metros de altitude, utilizando uma mistura gasosa contendo 15% de oxigénio. O exame realiza-se pedindo aos doentes que respirem essa mistura hipóxica durante cerca de 20 minutos, com monitorização contínua por oximetria de pulso.
Este teste permite determinar a necessidade ou não de oxigénio suplementar durante o voo. Idealmente deve efetuar-se entre um a 14 dias antes da viagem aérea.
Está indicado nos doentes com saturação periférica de oxigénio entre 92 e 95%, que tenham pelo menos um fator de risco:
- dispneia ou toracalgia durante viagem de avião prévia
- incapacidade de andar 50 metros sem referir dispneia
- hipercápnia
- VEMS <50% do previsto
- diminuição da transferência alvéolo-capilar do dióxido de carbono
- patologias restritivas do pulmão
- doenças cerebrovasculares ou cardíacas
- internamento por exacerbação de doença pulmonar crónica nas seis semanas prévias à viagem
- hipertensão pulmonar
Os doentes com saturações de oxigénio superiores a 95% podem viajar sem oxigénio suplementar, não necessitando de realizar exames adicionais e aqueles com saturações inferiores a 92% ou sob oxigenoterapia de longa duração têm indicação formal para viajar com oxigénio suplementar.