As fístulas anais são uma patologia que não é rara e o tratamento definitivo exige cirurgia. O Hospital da Luz Funchal é a primeira unidade de saúde da Madeira a tratar estes casos com recurso à técnica minimamente invasiva VAAFT (sigla inglesa de Video Assisted Anal Fistula Treatment), aqui realizada pelo cirurgião Miguel Silva . As fístulas anais: Surgem, na sua maioria, na sequência da obstrução e posterior infeção de uma glândula anal, originando um abcesso à volta do ânus. Geralmente esses abcessos drenam e dão origem a uma comunicação entre o canal anal e a pele perianal. As queixas mais frequentes são de drenagem de pus e sangue pelo orifício externo e a formação de abcessos de repetição. Têm uma incidência estimada em cerca de 9 casos em 100.000, sendo mais elevada nos homens do que nas mulheres. Regra geral, são mais comuns na faixa etária dos 40 anos. “O tratamento definitivo das fístulas é cirúrgico, mas como a maioria delas é trans-esfincteriana (ou seja, atravessam os músculos do esfíncter anal interno e externo, responsáveis pela continência anal), a decisão da técnica adequada a cada caso deverá ser bem ponderada pelo cirurgião e doente”, explica Miguel Silva. O VAAFT (tratamento de fístulas anais assistido por vídeo) é um procedimento minimamente invasivo indicado para o tratamento de fístulas anorretais. Como explica o cirurgião, que é diretor clínico do Hospital da Luz Funchal, esta técnica “constitui um avanço, pois permite uma avaliação completa e um tratamento com maior segurança, tendo em conta que abrange as duas fases, a diagnóstica e terapêutica, e permite realizar cirurgia em fístulas mais complexas com menor risco para o doente”. A cirurgia com recurso ao VAAFT pode ser feita “sob raquianestesia ou anestesia geral”.