Melhorar a qualidade assistencial dos doentes em fase final de vida, fornecendo aos profissionais de saúde uma ferramenta prática e básica, orientadora da sua atividade no dia-a-dia, é o objetivo de um guia que acaba de ser lançado pela Ordem dos Médicos , da autoria de Mariana Barosa (médica interna de Medicina Interna do Hospital Doutor Fernando Fonseca), Tiago Neto Gonçalves (médico interno de Medicina Interna do Hospital da Luz Lisboa) e Isabel Galriça Neto (diretora do Departamento de Cuidados Continuados e Paliativos do Hospital da Luz Lisboa e presidente da competência de cuidados paliativos da Ordem dos Médicos). “Este é um guia eminentemente prático e transversal às várias áreas da Medicina, sobre um tema em relação ao qual falta informação e é necessário uniformizar práticas. O projeto foi acolhido pela Ordem dos Médicos e o seu bastonário, na linha da sua preocupação com a qualidade assistencial dos doentes, nomeadamente o período de tanta fragilidade e vulnerabilidade como é o dos últimos dias de vida”, explica Isabel Galriça Neto. No lançamento da obra, no passado dia 29 de junho, o bastonário, Miguel Guimarães, felicitou o trabalho dos autores, salientando em particular o trabalho de dois jovens médicos que se empenharam em que este projeto fosse uma realidade. “Desejamos poder contribuir para que, dos milhares e milhares de doentes que carecem de cuidados de saúde na agonia (últimos dias de vida), mais e mais possam receber cuidados de saúde da melhor qualidade”, salientam, por seu turno, Mariana Barosa e Tiago Neto Gonçalves, na introdução deste guia. “O período dos últimos dias ou horas é marcado por uma elevada complexidade sintomática e intensidade emocional associada, com adequação obrigatória ao objetivo da promoção de conforto. Às intervenções clínicas meticulosas deve presidir um rigor técnico-científico e uma moldura ética consistente”, salienta, por seu turno, Isabel Neto. “Este é um guia que visa melhorar as práticas dos cuidados clínicos prestados às dezenas de milhares de portugueses que morrem a cada ano por doenças crónicas, avançadas e irreversíveis. A evidência de investigação realizada nos vários serviços de saúde mostra-nos que podemos claramente melhorar o que oferecemos aos nossos doentes nesta fase – não apenas aos que são tratados por equipas especializadas de cuidados paliativos, mas a todos os que devem receber ações paliativas básicas”, acrescenta a diretora do Departamento de Cuidados Continuados e Paliativos do Hospital da Luz Lisboa. O guia sintético Abordagem da Agonia – Últimos dias e Horas de vida é de acesso livre e pode ser descarregado no site da Ordem dos Médicos.