Ana Leonor Costa Parreira , médica cardiologista com a subespecialidade de eletrofisiologia, eletrofisiologista no Hospital da Luz Lisboa e responsável pelo Laboratório de Eletrofisiologia e Pacing do Centro Hospitalar de Setúbal, concluiu a 15 de fevereiro o doutoramento em Medicina na Nova Medical School. A sua tese – intitulada “A novel simplified approach to radiofrequency catheter ablation of idiopathic ventricular outflow tract premature ventricular contractions. From substrate analysis to results” – mereceu a aprovação unânime do júri, com distinção e louvor. A tese de doutoramento tem por base uma investigação desenvolvida nos últimos 10 anos sobre o tratamento de extrassístoles ventriculares idiopáticas, desde a sua implicação prognóstica ao estudo do substrato subjacente e resultados da ablação por cateter, com ênfase na problemática da baixa carga arrítmica durante a ablação – uma situação que pode ocorrer em até 40% dos casos, com significativa redução do sucesso do procedimento. Como alternativas, Leonor Parreira explorou a técnica do mapeamento não invasivo, que foi extensamente validada neste doutoramento, bem como o desenvolvimento de uma nova metodologia simplificada de ablação baseada no substrato, a qual provou ser mais rápida e eficiente do que a ablação convencional. As extrassístoles ventriculares são batimentos anómalos suplementares do coração, com origem nos ventrículos, ao invés do batimento normal (com origem no nódulo sinusal). Geralmente consideradas benignas, são muito sintomáticas para os doentes. Podem resultar em dilatação cardíaca, quando são muito frequentes, ou dar origem a arritmias mais graves. Ao longo da investigação, Leonor Parreira publicou 22 artigos, quatro dos quais na Revista Portuguesa de Cardiologia e os restantes em conceituadas revistas científicas internacionais. Nas conclusões da tese, salienta que: Foi demonstrada a presença de um substrato anatómico e eletrofisiológico para as extrassístoles idiopáticas da câmara de saída do ventrículo direito, tendo sido pela primeira vez validado um marcador electrocardiográfico desse substrato; A nova metodologia de ablação baseada no substrato é superior à tecnologia de mapeamento actual em pacientes com baixa carga arrítmica intraprocedimento; O mapeamento não invasivo é uma ferramenta de diagnóstico precisa com resultados reprodutíveis, independentemente da fonte cardíaca usada para análise. Os orientadores da tese foram Pedro Adragão e Roberto Palma Reis. Na foto em cima , a nova doutora e o júri: Rui Providência, Maurício Scanavacca, Luís Miguel Coelho, Leonor Parreira, José Fragata, Pedro Adragão e Lino Gonçalves (que participou na sessão por videoconferência).