Paulo Vera-Cruz , médico otorrinolaringologista do Hospital da Luz Lisboa e professor na Nova Medical School, realizou provas de agregação em Ciências Médicas no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto. As provas mereceram aprovação unânime do júri e incluíram a discussão de um relatório pedagógico sobre a sua experiência enquanto docente na aplicação do método de ensino Problem Based Learning (aprendizagem por problemas), além de uma discussão curricular e uma aula que teve por tema “Epitélio respiratório: das moléculas à clínica”. As provas de agregação foram realizadas a 20 e 21 de fevereiro deste ano. O júri foi presidido por Henrique Cyrne Carvalho (diretor do ICBAS) e a arguição da aula ficou a cargo de António Carlos Miguéis (Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra). A arguição do Relatório Pedagógico coube a Maria Emília Monteiro (Nova Medical School) e a apreciação curricular foi feita por Carlos Zagalo (Instituto Universitário Egas Moniz), La Fuente de Carvalho (ICBAS) e Artur Águas (ICBAS). Paulo Vera-Cruz doutorou-se em Ciências Médicas em 2009, com um trabalho de investigação sobre “Alterações na mucosa nasal provocadas pela pressão atmosférica, oxigénio e outros fatores”. “Estas provas de agregação são o resultado da reflexão efetuada sobre o trajeto no ensino da Medicina, na investigação e sobretudo na prática clínica em Otorrinolaringologia”, explica o especialista, que ensina Fisiopatologia e Alvos Terapêuticos no Mestrado Integrado em Medicina da Nova Medical School. A aprendizagem por problemas ( Problem Based Learning - PBL) é um método de ensino centrado no aluno em que se distinguem as seguintes características: Pequenos grupos de alunos orientam o seu próprio processo de ensino e o docente atua como guia ou facilitador de todo o processo; Os problemas reais são o mote para o desenvolvimento de competências que permitem a sua resolução, sendo a nova informação adquirida por autoestudo; Neste contexto, as aulas tradicionais são muito limitadas ou inexistentes e a avaliação quantitativa é conceptualmente inexistente; Procura-se o treino de capacidades de comunicação e trabalho em equipa; A aprendizagem é conduzida pelos próprios alunos, com colocação de questões, resolução de tarefas e interação entre eles; É um método de ensino que exige alunos participantes, ativos e responsáveis que definem o seu próprio ritmo de aprendizagem. “As imperfeições deste método impuseram uma evolução para um ‘PBL híbrido’ em que, mantendo a independência dos alunos, implementou-se uma melhor estruturação, maior influência dos docentes e utilização de aulas teóricas e sessões laboratoriais e práticas”, esclarece ainda Paulo Vera-Cruz. A aula dada por Paulo Vera-Cruz durante as provas de agregação – intitulada “Epitélio respiratório: das moléculas à clínica” – abordou a investigação que tem feito sobre as doenças e o funcionamento do epitélio respiratório , desde as cavidades nasais e perinasais até à traqueia, passando pelo epitélio de tipo respiratório do ouvido médio. Estes trabalhos de investigação, alguns deles desenvolvidos no Departamento de Otorrinolaringologia do Hospital da Luz Lisboa, foram possíveis estabelecendo “parcerias dinâmicas pessoais e institucionais com laboratórios de investigação, faculdades, instituições clínicas militares e civis”. Na foto em cima, o novo professor agregado e o júri: da esquerda para a direita, La Fuente de Carvalho, Artur Águas, Henrique Cyrne Carvalho, Paulo Vera-Cruz, Maria Emília Monteiro, António Carlos Miguéis e Carlos Zagalo.