O cardiologista Victor Gil, coordenador do Centro de Risco Cardiovascular e Trombose do Hospital da Luz Torres de Lisboa, liderou a missão “Colors to Save Hearts” (“Cores para Salvar Corações”) a Moçambique, uma iniciativa da Federação Mundial do Coração que visa a erradicação da febre reumática, responsável por muitas doenças cardíacas nos países menos desenvolvidos. Durante duas semanas, um grupo de 11 voluntários portugueses, todos cardiologistas e cardiologistas pediátricos, deram formação no terreno aos profissionais de saúde de Moçambique, para habilitá-los a identificar cardiopatias na população daquele país, através de meios clínicos e ecocardiograma. Esta missão foi, apenas, a primeira etapa de um trabalho que está a ser desenvolvido entre cardiologistas portugueses e moçambicanos e que resulta de um protocolo – ‘Coração em Moçambique’ - estabelecido entre a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, de que Victor Gil é presidente honorário, e a Universidade de Maputo, por iniciativa da Federação Mundial do Coração. O programa ‘Coração com Moçambique’ tem o apoio de entidades como a Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, o Instituto Camões e a Apifarma, contando ainda com o alto patrocínio do Presidente da República. Segundo Victor Gil, “aos grandes grupos privados de saúde e empresas de equipamentos médicos foi igualmente lançado o desafio de colaborarem neste projeto, dada a enorme escassez de meios técnicos locais”. Já depois de terem regressado da missão ‘Coração em Moçambique’, o grupo de voluntários foi recebido por Marcelo Rebelo de Sousa em Belém. “Durante a audiência, o PR teve oportunidade de ouvir as experiências da equipa e felicitar pelo trabalho desenvolvido enquanto médicos, mas igualmente enquanto embaixadores de Portugal, desafiando-os a darem continuidade e dimensão ao projeto”, lê-se no site da Presidência. A propósito deste projeto, Victor Gil também escreveu, no jornal Observador: “Num tempo conturbado, com sistemas esgotados e equipas exaustas, (…) ainda há, afinal, um espaço solidário para com quem está ainda pior que nós, um espaço de fraternidade vivida e não apenas dita, um espaço que é motivador das novas gerações de cardiologistas, fazendo-nos renascer a esperança de melhores dias, por nos mostrarem que há um coração maior”.