A câmara hiperbárica do Hospital da Luz Lisboa, que começou a funcionar nos últimos dias de setembro de 2024, realizou até agora cerca de 1.250 sessões, para tratamento de mais de 100 doentes. Na maioria dos casos, os doentes foram encaminhados pelos seus médicos especialistas e retiraram benefícios da oxigenoterapia hiperbárica para tratar feridas (na sequência de acidentes ou doença crónica, como diabetes), lesões desportivas, mas também houve situações mais complexas, como surdez súbita e um problema oftalmológico muito grave. A oxigenoterapia hiperbárica é um tratamento em que se inala oxigénio com uma concentração de 100% num ambiente em que a pressão é duas a três vezes superior à pressão atmosférica. “É atualmente um recurso terapêutico relativamente comum em áreas da medicina tão diferentes como a traumatologia e a ortopedia, a neurologia e a oncologia, sendo cada vez mais usual também na medicina desportiva”, como explica Cláudia Febra , médica internista e intensivista, coordenadora do Centro de Medicina Hiperbárica do Hospital da Luz Lisboa. Este serviço do Hospital da Luz recebe doentes de todo o país. Os doentes aqui tratados, até agora, vêm sobretudo das regiões de Lisboa, Alentejo e Algarve. A evidência sobre os benefícios da oxigenoterapia hiperbárica é crescente e tem vindo a ser estudada cientificamente. Entre os 100 clientes tratados no último meio ano no Hospital da Luz Lisboa, pode-se destacar dois, pela sua complexidade e resultados após a terapia: Um doente com oclusão de artéria central da retina – uma das situações de emergência com indicação para tratamento imediato com oxigenoterapia hiperbárica – que recorreu ao Atendimento Urgente (AU) do Hospital por perda súbita e grave de visão num dos olhos, que notara poucas horas antes. Feito o diagnóstico pela equipa do AU, foi de imediato conduzido para oxigenoterapia hiperbárica, tendo recuperado cerca de 40% da visão após a primeira sessão. Completaria nas semanas seguintes 30 sessões e a visão teve uma recuperação de 80%. Um doente com surdez súbita, diagnosticada por médico especialista 48 horas depois de ter notado a perda de audição, que iniciou o tratamento com oxigenoterapia hiperbárica ao terceiro dia de sintomas. Após 10 sessões de oxigenoterapia hiperbárica, a recuperação da audição foi de 100%. A câmara hiperbárica do Hospital da Luz Lisboa: É multilugar (16 lugares sentados ou 3 macas em simultâneo) e muito ampla, reduzindo a possibilidade de episódios de claustrofobia – características que a tornam única entre os equipamentos disponíveis na Península Ibérica. Reproduz um mergulho até 15 metros de profundidade. Permite que os doentes obtenham uma concentração de oxigénio dissolvido no sangue cinco vezes superior à que se consegue com o oxigénio administrado em condições normais. “Consegue-se, assim, que o oxigénio chegue a todos os tecidos que estejam em sofrimento, na sequência de feridas, queimaduras, trauma desportivo, inflamações nos ossos e articulações, por exemplo”, explica Cláudia Febra. O acesso ao Centro de Medicina Hiperbárica pode ser feito por iniciativa própria do doente ou por indicação do seu médico. O primeiro passo a dar é sempre a marcação de uma consulta, em que é feita uma avaliação do caso, decidida a eventual indicação de oxigenoterapia hiperbárica e prescrito o tratamento mais adequado. O Centro tem uma equipa fixa, composta por médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde especializados e experientes em medicina hiperbárica. Faça as suas marcações no MY LUZ ou em hospitaldaluz.pt/lisboa/pt/ .