Sérgio Barra , médico cardiologista do Hospital da Luz, completou no passado dia 11 de novembro o doutoramento em Medicina (Investigação Clínica e Serviços de Saúde), na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). A sua tese teve por base a investigação que realizou sobre doentes com insuficiência cardíaca que são submetidos a terapia de ressincronização, com ou sem desfibrilhador. As provas de doutoramento são o culminar de um projeto de investigação desenvolvido entre 2013 e 2018, quando Sérgio Barra exerceu funções em Cambridge (no Royal Papworth Hospital NHS Foundation Trust), do qual já resultaram diversas publicações em revistas científicas internacionais de elevado impacto. Intitulada “Cardiac resynchronization therapy with versus without a defibrillator: selecting the patient for the procedure", a tese debruçou-se sobre doentes com insuficiência cardíaca com indicação para terapêutica de ressincronização – um tratamento indicado em doentes cuja contratilidade cardíaca apresenta marcada dessincronia elétrica e mecânica. Na investigação realizada, foram estudados os benefícios do desfibrilhador implantável neste grupo de doentes, fornecendo orientações sobre como melhor identificar aqueles que mais podem beneficiar deste aparelho. Sérgio Barra é médico cardiologista nas unidades do Hospital da Luz de Arrábida, Porto e Guimarães. Para que serve a terapêutica de ressincronização cardíaca (CRT) A terapêutica de ressincronização cardíaca (CRT) permite reduzir o risco de hospitalização por insuficiência cardíaca, bem como melhorar a qualidade de vida do doente e reduzir o seu risco global de mortalidade. O CRT consiste na implantação de um dispositivo no tórax, debaixo da pele, para ressincronizar o ventrículo esquerdo e assim melhorar o funcionamento do coração. O dispositivo pode ser implantado de forma isolada (CRT-P) ou associado a um desfibrilhador (cardioversor desfibrilhador implantável, designado por CRT-D). Uma vez que este é um dispositivo mais caro e associado a maior risco de complicações, é importante perceber se o mesmo traz de facto um benefício prognóstico, quando comparado com o primeiro implantado isoladamente. Na foto em cima, o novo doutor e o júri: Luís Filipe Macedo (FMUP), José Silva Cardoso (FMUP), Sérgio Barra, Altamiro da Costa Pereira (diretor da FMUP e presidente do júri) e Luís Filipe Azevedo (FMUP), que estiveram presentes nas provas; em cima, à direita, Fausto Pinto (diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa) e em baixo Pedro Adragão (Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa) e Lino Gonçalves (Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra), que participaram por videoconferência.