“O cateterismo cardíaco é um procedimento que permite diagnosticar e tratar as obstruções nas artérias coronárias, em pessoas que sofrem um enfarte agudo do miocárdio ou que estão em risco de vir a ter” – explicou Pedro de Araújo Gonçalves , coordenador do Centro de Cardiologia de Intervenção do Hospital da Luz Lisboa, numa entrevista à RTP1, no passado dia 23 de junho. Para os doentes com enfarte, “quanto mais cedo for feito o cateterismo cardíaco, mais fácil será a recuperação”, salientou. A realização de um cateterismo pode também ser indicada como forma de diagnóstico, quando uma pessoa tem sintomas de dor torácica e fez exames cardíacos que levantaram a suspeita de existir uma obstrução nas artérias coronárias. Atualmente, e fruto da evolução tecnológica e treino dos profissionais, tornou-se possível também tratar várias doenças das válvulas cardíacas (como a válvula aórtica e a válvula mitral) por cateterismo cardíaco. O cardiologista de intervenção, que falou em representação da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, lembrou, por isso, os sintomas a que as pessoas devem estar atentas : dor, peso ou pressão no peito, cansaço, falta de ar. É muito importante detetar e tratar precocemente estas situações para prevenir complicações e sequelas mais graves resultantes da falta de irrigação do músculo cardíaco, como acontece por exemplo no enfarte agudo do miocárdio (ataque cardíaco). Através de cateteres (tubos com cerca de 2 milímetros de diâmetro) que são introduzidos através de uma artéria – radial (no braço) ou femoral (na virilha) –, “localiza-se o problema e vai-se ‘navegando’ dentro das artérias para localizar e tratar as obstruções (com balões e redes stents e até mesmo válvulas) e permitir que o músculo cardíaco receba novamente sangue, melhorando a qualidade de vida (alívio dos sintomas) e longevidade dos doentes (impacto no prognóstico), esclareceu ainda Pedro de Araújo Gonçalves. Entrevista na RTP1 (entre os minutos 9' 38'' e 13', 6.ª parte)