“Fui operada aos dois pés: num deles, não tive praticamente dor nenhuma e o outro estava como novo ao fim de duas/três semanas. Passado um mês, já estava tudo ok comigo e caminhava perfeitamente”, recorda Márcia Resende, 28 anos. A seu lado, o ortopedista João Teixeira explica que o ‘segredo’ está na técnica cirúrgica que já realiza há alguns anos no Hospital da Luz Arrábida, em casos específicos: a osteotomia percutânea do pé, minimamente invasiva, que causa menor dor na fase pós-operatória e proporciona uma recuperação mais rápida, quando comparada com a cirurgia convencional. Márcia explica que fez esta cirurgia “porque já sentia dor no pé esquerdo e também por motivos estéticos”. Não é um caso invulgar, antes pelo contrário, pois os joanetes – a designação popular para o hallux valguss – são uma das deformações ósseas mais frequentes no pé. Tendem a progredir lentamente e a agravar-se com o decorrer do tempo e, embora possam ocorrer em qualquer pessoa, o facto é que são mais comuns entre as mulheres. João Teixeira explica o que é e quais as vantagens da osteotomia percutânea do pé: “Consiste num corte no osso, através de uma incisão milimétrica (2-5mm). Esta permite a fixação do osso com parafusos também por via percutânea.” “Pode ser usada em casos de hallux valgus leves e moderados, sem artrose. Deve-se evitar em osso osteoporótico e está contraindicado quando temos instabilidade cuneometarsiana ou quando alterações degenerativas que implicam artrotomia (cirurgia aberta da articulação).” “A grande diferença em relação à técnica convencional é a utilização de um sistema minimamente invasivo – e, logo, causador de menor agressão na pele e nos tecidos – que permite fazer todos os passos da cirurgia convencional, ‘aberta’, mas apenas com quatro pequenas incisões.” “Permite um período pós-operatório muito mais rápido, com muito menos dor, sem recurso a medicação, e não deixa cicatrizes. Além disso, os doentes demonstram-nos que conseguem andar com sapatos normais numa etapa mais precoce do pós-operatório.” “O doente leva cerca de três semanas para voltar a ter uma vida praticamente normal. E três meses depois já poderá fazer desporto, sem qualquer limitação.” “Acreditamos que esta é uma técnica com uma enorme vantagem, porque reproduz uma cirurgia na qual nós já tínhamos bons resultados, mas agora conseguimos fazê-la de forma menos invasiva para o doente.” “A minha perceção, corroborada por alguns estudos científicos, é que a dor imediata é bastante baixa. A cirurgia aberta, convencional, tem muito sucesso a médio e longo prazo, mas ainda é difícil para nós controlar a dor na fase pós-operatória inicial. Esta nova técnica cirúrgica de 4ª geração, de cirurgia percutânea, é muito menos dolorosa”. A avaliação e diagnóstico dos casos de hallux valgus devem ser feitas em consulta de Ortopedia . Faça as suas marcações através do MY LUZ ou em https://www.hospitaldaluz.pt/arrabida/pt/