19 de maio. Dia Mundial do Médico de Família . Um dia para celebrar o papel dos especialistas em Medicina Geral e Familiar nas nossas comunidades e na vida de cada pessoa. Mas também uma oportunidade para agradecer às centenas de médicos de família que trabalham na rede Hospital da Luz, nos serviços de Medicina Geral e Familiar, no apoio aos Atendimentos Urgentes, nos serviços de acidentes de trabalho. A todos eles, que cuidam de quem nos procura e vigiam a saúde de muitas famílias. Que estão sempre presentes ao longo da vida e que conhecem os seus doentes como ninguém. Que sabem ouvir e reconhecem o momento em que é preciso pedir ajuda a outros especialistas. E que têm de saber muito sobre toda a Medicina para poderem decidir o que é melhor em cada fase da vida, da saúde e da doença dos seus doentes. A todos eles, por toda a Rede Hospital da Luz, obrigada . Este é o vosso dia. O Dia Mundial do Médico de Família foi declarado pela primeira vez pela WONCA (Organização Mundial dos Médicos de Família) em 2010 e tornou-se um dia para destacar o papel e o contributo dos médicos de família e equipas de cuidados de saúde primários nos sistemas de saúde em todo o mundo. Esta celebração é a oportunidade para reconhecer o papel central , no presente e no futuro, dos médicos de família no sistema de saúde e na forma como estes profissionais podem contribuir para aumentar a proximidade dos serviços de saúde à população. É também um momento para celebrar o progresso feito na Medicina Geral e Familiar e os contributos especiais das equipas de cuidados de saúde primários em todo o mundo. Conheça os médicos de família da Rede Hospital da Luz no Podcast Hospital da Luz ‘O Médico de Família Responde’ Google | iTunes | Spotify O que faz o médico de família? A Medicina Geral e Familiar é uma especialidade que ‘não o é’. Uma especialidade médica, no seu conceito clássico, é um corpo de conhecimentos específico, bem compartimentado, que se dirige a um conjunto de problemas, doenças, procedimentos técnicos, que só podem ser tratados e executados por esse especialista. Esta descrição já faz uma certa oposição ao que é o especialista em Medicina Geral e Familiar. Mas, na verdade, para se fazer MGF, para se ser médico de família, é também preciso constituir um corpo de conhecimentos técnicos, aptidões e atitudes especificas numa área de prestação de cuidados. No início, o médico de família era apenas um generalista, alguém que cuidava das pessoas ao longo da sua vida. Mas, com o tempo, esta área da Medicina foi adquirindo perícias e conhecimentos específicos que mais ninguém tinha, o que fez com que acabasse por se reconhecer a existência de uma ‘ciência’ à volta da especialidade de Medicina Geral e Familiar, constituindo-se como especialidade, como área especifica da Medicina. Se médico de família é ser generalista , devido à abordagem e abrangência de cuidados que envolve a sua atividade assistencial diária. Mas é também ser especialista , porque a sua prática clínica constitui-se como corpo de conhecimentos específicos e de atividade especializada, focada no individuo e na sua família, e na relação com o ambiente e a comunidade em que está inserido. Para responder, na sua consulta, a esta abrangência de cuidados, tem de estar preparado científica e tecnicamente para qualquer situação: numa só período de consultas, um especialista em MGF pode ver uma entorse no pé, uma dor de cabeça ou no peito, uma pessoa com diabetes, uma crise de ansiedade… E em pessoas de qualquer idade. Ou seja, não se trata apenas de lidar com uma enorme diversidade de problemas de saúde, mas também com o facto de serem problemas de qualquer idade. O especialista em MGF segue famílias, desde crianças até aos avós. E isso exige uma preparação e uma atualização científica e técnica constante e intensa. Finalmente, entre o médico de família e o doente ou a família que ele segue estabelece-se preferencialmente ‘uma relação para a vida’ – uma relação de confiança que exige dos especialistas de MGF competências especiais de comunicação, deveres especiais de atualização científica e capacidade para interagir de forma muito eficaz com os colegas de todas as outras especialidades. Em resumo: Os médicos de família estão presentes em todos os momentos e a continuidade de cuidados é uma característica fundamental do seu trabalho. Prestam cuidados contínuos em todas as fases da vida dos doentes e em articulação com outros níveis de cuidados e outros profissionais de saúde. Esta continuidade de cuidados exige a sua constante preparação e desenvolvimento de competências, investigação científica e capacidade de adaptação às mudanças, tecnologias, metodologias e estratégias educacionais. Os médicos de família fazem parte das comunidades com as quais trabalham , interagindo proativamente com os seus membros, partilhando os seus valores e criando uma relação única e de confiança com seus doentes. Prestar cuidados acessíveis, equitativos, sustentáveis e de alta qualidade é a razão de ser dos médicos de família. Ser médico de família é um privilégio e uma responsabilidade, cuidando sempre das pessoas e providenciando o seu bem-estar e proteção e identificando as necessidades dos seus doentes, para garantir o direito fundamental à saúde.