José Luis Passos Coelho, oncologista médico e diretor do Centro de Oncologia do Hospital da Luz Lisboa, foi um dos convidados especiais da SIC para falar de cancro, no Dia Mundial do Cancro. O especialista esteve em direto durante cerca de uma hora na SIC Noticias, falando sobre a realidade nacional nesta área, em especial os efeitos da pandemia no atraso em diagnósticos e tratamentos desta patologia. Salientando que esta foi uma situação verificada em todo o mundo, explicou que os serviços de saúde tiveram de se ‘reinventar para não deixar de responder aos seus doentes em tratamento’ . E deu o exemplo do Hospital da Luz Lisboa, que transferiu todo o serviço de oncologia para o Hospital da Luz Oeiras, garantindo assim um acesso e um espaço exclusivos, para que os doentes pudessem manter as suas consultas, exames e tratamentos em ‘total segurança e sem necessidade de contactar com outras pessoas e outros doentes, mais expostos ao vírus’ que provoca a Covid-19. Disse ainda que, ‘nos nossos hospitais’, as cirurgias oncológicas com janelas de intervenção curtas, ou seja, aquelas que não podiam ser mesmo adiadas, foram sempre realizadas, garantindo que os doentes não deixavam de ser tratados no tempo certo. O especialista do Hospital da Luz afirmou, por outro lado, e em consonância com o que muitos outros afirmaram também ao longo do dia de emissão da SIC dedicada ao cancro, que ainda é difícil prever com exatidão os custos do atraso nos diagnósticos de cancro – ‘porque os hospitais foram mandados fechar para tudo o que não fosse Covid-19 e porque as próprias pessoas tinham receio de ir aos serviços de saúde’ . Mas confirmou que, diariamente, os profissionais de saúde desta área se confrontam com muitos casos de doentes que chegam tardiamente ao diagnóstico, com queixas de há vários meses, e que tudo isso piora o seu prognóstico de intervenção e tratamento. José Luis Passos Coelho participou na emissão da SIC Noticias no dia 4 de fevereiro de 2022, na Edição do Meio Dia, programa Opinião Pública, entre as 11h00 e as 12h00. A doença oncológica é a segunda causa de morte mais frequente em Portugal. A Liga Portuguesa Contra o Cancro estima que, no ano passado, morreram cerca de 30.100 pessoas, número que todos preveem tenda a crescer nos próximos anos, face aos atrasos do diagnóstico e tratamento causados pela pandemia.