Os casos de doenças sexualmente transmissíveis têm aumentado e é preciso que o tema volte a ser discutido, bem como relembrar às pessoas as regras básicas da sua prevenção, alertou Miguel Silva , cirurgião e diretor clínico do Hospital da Luz Funchal, em entrevista à RTP Madeira, a 4 de abril. “As pessoas perderam o medo das doenças sexualmente transmissíveis, têm comportamentos de risco, acham que tudo é tratável e não usam os meios básicos de prevenção, nomeadamente o preservativo”, salientou. O resultado é “o recrudescimento” que se tem vindo a verificar de doenças como sífilis, gonorreia, clamídia e HIV, num número muito maior do que seria pensável, tendo em conta as campanhas maciças educativas e de prevenção que foram feitas desde os anos 80, na sequência do aparecimento da sida. “A infeção por HIV é controlável, de facto, desde que se faça a medicação. E temos hoje a vacina para o HPV (vírus do papiloma humano), mas isso não dispensa a adoção de cuidados de prevenção. Mas isto levou a que as pessoas perdessem o medo das doenças sexualmente transmissíveis (algumas pensam mesmo que já nem existem…), achando que tudo é tratável, e deixassem de usar os meios de proteção, nomeadamente o preservativo”, explicou Miguel Silva. Esta problema afeta pessoas de todas as idades e não apenas os adolescentes, “que têm comportamentos arriscados para a sua saúde e a dos outros, como relacionamentos de risco e com múltiplos parceiros”. Miguel Silva explicou ainda os principais sintomas de algumas dessas doenças e alertou: “Muitas vezes, as pessoas desvalorizam sintomas e esperam que passe, mas a doença começa a alastrar e ao fim de algum tempo são um risco para a sua vida”. Por isso, “quem tem uma vida de risco, com relações sexuais não protegidas ou com mais do que um parceiro, tem que ser testado com regularidade e ir ao médico de família”. O médico de Medicina Geral e Familiar “é a porta de entrada” mais correta para avaliar. Miguel Silva na RTP Madeira (entre os minutos 19:30 e 39:30)