A equipa de Ginecologia-Obstetrícia do Hospital da Luz Coimbra realizou recentemente a primeira sacrocolpopexia, um procedimento cirúrgico para tratar o prolapso dos órgãos pélvicos , uma condição causada pelo enfraquecimento do suporte normal do pavimento pélvico, semelhante a uma hérnia na vagina, que afeta muitas mulheres. "Os órgãos da pélvis (vagina, útero, colo do útero, bexiga, uretra, intestino e reto) estão seguros por um grupo de músculos e outras estruturas de suporte que podem enfraquecer ao longo da vida, seja devido ao processo natural de envelhecimento, a gravidezes e partos, doenças (como obesidade e obstipação crónica) ou cirurgias prévias (como histerectomia)”, explica Sara Teixeira Campos , uma das médicas de Ginecologia-Obstetrícia que realizaram esta primeira cirurgia no Hospital da Luz Coimbra. Nestas situações, salienta, “o enfraquecimento das estruturas de suporte pode conduzir ao seu estiramento e/ou rutura, permitindo aos órgãos pélvicos deslocar-se do seu local normal, descaindo através do pavimento pélvico, o que provoca o que designamos como prolapso”. A sacrocolpopexia é o procedimento de eleição no tratamento do prolapso da vagina após histerectomia, ou seja, o que tem melhores resultados imediatos, com menor taxa de recidiva a longo prazo, quando comparado com cirurgias feitas por via vaginal. Tradicionalmente, era feita através de uma incisão do abdómen. "A abordagem laparoscópica, através de quatro pequenas incisões no abdómen (cerca de 5 mm), sendo menos invasiva e permitindo uma cirurgia mais eficaz e cuidadosa, vem melhorar ainda mais os resultados", afirma ainda Sara Teixeira Campos. Esta cirurgia permite uma mais rápida recuperação, com redução do tempo de internamento e também em termos de dor, perda de sangue, risco de infeção e complicações a longo prazo. Na foto em cima, Patrícia Almeida e Giselda Carvalho (médicas ginecologistas), Emília dos Mártires (médica anestesiologista), Sara Teixeira Campos e Preciosa Sousa (enfermeira).