Falta de ar, cansaço progressivo, incapacidade para realizar tarefas básicas como subir um lanço de escadas ou subir rampas, pernas inchadas e falta de ar ao deitar – são “sintomas que as pessoas mais velhas pensam ser naturais na sua idade, mas na realidade podem ser manifestações de doenças causadas pelo desgaste das válvulas do coração”, explica Rui Campante Teles , em entrevista à RTP, a 4 de novembro, a propósito do Dia Internacional do Idoso. O cardiologista de intervenção do Hospital da Luz e coordenador nacional da campanha Válvula para a Vida , da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), alertou em particular para a insuficiência da válvula mitral – a segunda doença mais comum das válvulas do coração. “É muito importante valorizar os sintomas e procurar rapidamente ajuda médica, de forma a fazer o adequado diagnóstico e iniciar um tratamento o mais cedo possível”, salientou. “O tratamento das doenças do coração é, hoje em dia, muito mais acessível. Além de medicação, há técnicas minimamente invasivas, por cateterismo, que permitem, sem necessidade de abrir o peito, ‘reparar’ o coração e fazer com que a válvula mitral volte a funcionar”, acrescentou o especialista. A insuficiência mitral: Mais frequente nos homens, é a segunda doença das válvulas do coração mais comum em todo o mundo, estimando-se que a prevalência aumente nos próximos anos, com o envelhecimento da população ; Caracteriza-se pelo refluxo de sangue através da válvula mitral, quando esta está desgastada. Assim, quando o ventrículo esquerdo bombeia o sangue, uma porção retorna em direção à aurícula esquerda, aumentando o volume de sangue e pressão nesse local; Leva a uma menor quantidade de sangue bombeado para a circulação geral e, simultaneamente, a um aumento de pressão na circulação de sangue nos pulmões, comprometendo a função destes. Rui Campante Teles na RTP1