A ‘Intensive Care Medicine’, a revista científica de medicina intensiva mais conceituada no mundo, acaba de publicar os resultados preliminares de uma investigação conduzida no Hospital da Luz Lisboa por André Rosa Alexandre , médico internista e intensivista. Trata-se de um dos projetos de investigação financiados pelo Programa de Apoio à Investigação Clínica da Luz Saúde . “O objetivo é resolver o problema da monitorização da microcirculação dos doentes com choque séptico de forma altamente inovadora”, explica André Rosa Alexandre. “A solução foi pela primeira vez testada a nível mundial no Hospital da Luz Lisboa”, acrescenta. O artigo: Publicado a 17 de fevereiro, tem por título "Optical coherence tomography angiography as a novel tool to assess microcirculatory dysfunction in septic shock" (“A angiografia por tomografia de coerência ótica como uma nova ferramenta para avaliar a disfunção microcirculatória no choque sético”); Reporta os resultados preliminares do projeto, que foram positivos, e pode ser lido no seguinte link: https://rdcu.be/eahHp Tem como coautores Ana Teresa Leitão (Nova Medical School) e Pedro Póvoa (ULS Lisboa Ocidental - Hospital de S. Francisco Xavier). Teve a colaboração, na colheita das imagens, do Departamento de Oftalmologia do Hospital da Luz Lisboa. A angiografia por tomografia de coerência ótica, conhecido pela sigla OCTA, é um exame muito utilizado em oftalmologia para o diagnóstico de diversas doenças oculares. É não invasivo e permite captar, em segundos, imagens de alta resolução da microvasculatura do olho. A disfunção microcirculatória (a circulação de sangue ao nível dos vasos mais pequenos) é uma caraterística marcante do choque séptico, contribuindo para o aumento da falência de órgãos e da mortalidade, sendo fundamental a sua monitorização em cuidados intensivos. “O OCTA constitui uma alternativa promissora para monitorizar a microcirculação”, defendem os autores no artigo , pois não tem as limitações dos meios atualmente usados (demorados, dependentes de aquisição complexa e análise, após a captação de múltiplas imagens para a sua interpretação), que os tornam quase exclusivamente do domínio da investigação. “Com o OCTA”, afirmam, “abre-se uma oportunidade realística de monitorização da microcirculação na rotina clínica, com potencial para melhorar a estratificação de risco, a terapêutica e o prognóstico dos doentes com choque sético”.