O Hospital Beatriz Ângelo (HBA) foi palco, no domingo 9 de maio, de uma prova inédita na sua história: uma maratona de 12 horas à volta do edifício, liderada pelo triatleta e ultramaratonista Rui Martins . O desafio foi lançado ao HBA pelo próprio atleta, que o apresentou como uma forma simbólica de homenagear, com o seu esforço, tudo o que os profissionais de saúde fizeram no último ano . Como as equipas do HBA já estão habituadas a experiências exigentes, aceitaram o desafio de Rui Martins e cerca de 50 ‘atletas’ do Hospital participaram na corrida, alinhando com ele ao longo das 12 horas da maratona. Carolina, que trabalha nos serviços de apoio não clínico do HBA, foi uma das primeiras a chegar. A chuva e o vento que se fizeram sentir logo pela manhã não a demoveram. E, apesar de confessar nem sequer fazer este tipo de desporto, achou que devia estar presente na iniciativa: “Este hospital e os seus profissionais foram sujeitos a um esforço muito grande. Por isso, participar é também uma maneira de demonstrar o meu apreço por este esforço”, contou antes de começar a correr ao lado de Rui Martins. Vanessa, Beatriz, Pedro, André, André M. e Marco já estão habituados a juntar-se e a partilharem desafios: são todos enfermeiros e pertencem todos ao primeiro serviço de internamento do HBA que recebeu doentes com COVID-19 no Hospital. Por isso, esta é só mais uma corrida em conjunto, asseguram. “São excelentes estas iniciativas. Fazem-nos distrair um pouco… Até porque há mais coisas para além da covid”, diz o enfermeiro coordenador Pedro Freire e chefe desta ‘equipa de atletas’. Por seu lado, Rui Maio, diretor do Departamento de Cirurgia do HBA, partilha da mesma opinião: “Acho a iniciativa extraordinária. É uma excelente forma de honrar as pessoas que aqui trabalham”, diz aos jornalistas antes de arrancar para meia-hora de corrida à volta do recinto do HBA, lado a lado com o maratonista Rui Martins. “Isto é o que sei fazer melhor. Por isso, é desta forma que honro o trabalho destes profissionais de saúde e de todos os outros que, pelo país, se esforçaram por nós durante a pandemia”, explica o atleta também aos jornalistas presentes, confessando: “E não estava à espera de tanta adesão. Ainda bem que as pessoas do Hospital gostaram da ideia e alinharam!” Rui Martins fez 118 km durante as 12 horas em que esteve a correr à volta do edifício do HBA. Entre as 8h e as 20h, foram-se juntando grupos de colaboradores do Hospital – e, cada um ao seu ritmo, partilhou este desafio com o maratonista. Houve quem optasse por fazer apenas uma caminhada, mas houve quem mantivesse um bom ritmo ao lado do atleta. Foi o caso de Nuno Queirós, da equipa de segurança do Hospital, que fez 50 km em cerca de 5 horas de corrida. Já Ricardo Abreu, o administrativo do HBA que é também atleta guia do paraolímpico Jorge Pina, começou logo pelas 8h00 e fez 25 km seguidos, sempre ao lado de Rui Martins. Domingo era dia de trabalho para Ricardo, que, no entanto, não perdeu a oportunidade: assim que acabou o turno, vestiu de novo o equipamento e ainda voltou a tempo de acompanhar o maratonista na última meia hora desta corrida. Rui Martins é triatleta, ultramaratonista e também treinador. Aos 16 anos, teve um cancro no joelho, situação que superou e, desde então, mantém o espírito e procura ultrapassar outro tipo de dificuldades físicas, nomeadamente as das maratonas e corridas, algumas delas como forma de angariar fundos para instituições. Em 2020, por exemplo, fez uma ultramaratona solidária de 200 km, com um percurso que começou na localidade de Odivelas em Ferreira do Alentejo e terminou na Odivelas mais conhecida, na região de Lisboa. Com o apoio de várias entidades, cada quilómetro cumprido teve um determinado valor que foi entregue à Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa (onde é voluntário, aliás, dando treino aos associados). O Hospital Beatriz Ângelo agradece a todos os colaboradores que aceitaram mais este desafio. Mas dirige uma palavra especial de agradecimento ao Rui Martins, pela sua dedicação e pela prova de esforço e empenho que dedicou a todos os profissionais de saúde. Obrigado, Rui!