Três ortopedistas do departamento de cirurgia articular da anca do PLA General Hospital, um dos maiores hospitais da China, estiveram em Lisboa, a 27 e 28 de maio, a acompanhar cirurgias de correção de deformidades da anca em jovens adultos realizadas por Paulo Rego . Os bons resultados obtidos e a longa experiência da equipa do diretor de Ortopedia do Hospital da Luz Lisboa em cirurgia de preservação da anca – com cerca de 1.000 cirurgias deste tipo nos últimos 19 anos – fazem deste Hospital um dos centros internacionais com experiência nesta área . A cirurgia de preservação da articulação da anca é a solução mais adequada para doentes adolescentes e jovens adultos em alternativa à colocação de uma prótese. “Com este conjunto de técnicas cirúrgicas, conseguimos preservar a articulação da anca, melhorar a qualidade de vida dos doentes que têm deformidades da anca e adiar as alterações degenerativas que levam à substituição por uma prótese”, explica Paulo Rego. Hong Zhang, Jian-li Zhang e Hui Cheng dedicam-se há vários anos no seu hospital a este tipo de cirurgia e estão a fazer um périplo profissional por vários centros europeus – em Itália, Suíça, Portugal e Espanha – para “troca de experiências”. Em Lisboa, o grupo teve oportunidade de assistir a quatro cirurgias a doentes com displasia da anca e sequela de doença de Perthes, com idades entre os 19 e os 29 anos. “Já fazemos esta cirurgia há muitos anos na China, temos um volume de cerca de cerca de 600 casos por ano. Mas queremos atualizar-nos, saber o que se passa na cirurgia de preservação da anca em todo o mundo e se é muito diferente da técnica que executamos”, afirma Hong Zhang, explicando as razões que trouxeram o grupo a Lisboa. “Temos muitas crianças com doença na anca e necessidade de cirurgia, mas a prótese não é o mais indicado, pois estão numa fase de desenvolvimento. A nossa visão é a de preservar a anca o mais possível, até ser possível colocar uma prótese. Isto é, de facto, muito importante para os nossos doentes, só que temos poucos médicos a fazerem esta cirurgia. Na verdade, é muito complexa, em comparação com a de colocação de prótese”, acrescenta. O número de cirurgias deste género, efetuadas no Hospital da Luz Lisboa é muito inferior quando comparado com a realidade de Pequim, mas “um número muito elevado de cirurgias não é o mais importante”, como sublinha a especialista: “É a qualidade da técnica que nos interessa e é o que viemos ver”. “Temos recebido alguns cirurgiões estrangeiros muito interessados em acompanhar o nosso trabalho”, afirma, por seu turno, Paulo Rego. “Destas interações resulta sempre, além da partilha de experiências, uma ligação importante na área da formação, que é sempre muito proveitosa para ambas as partes. Por isso, continuamos muito interessados e abertos a este tipo de visitas”, acrescenta. Na foto, em cima Hong Zhang, Hui Cheng, Jian-li Zhang e Paulo Rego.