Os Cuidados Paliativos são cuidados especializados destinadas a todas as pessoas que enfrentam doença grave e progressiva, seja qual for a fase da sua vida e o prognóstico, tendo como objetivo intervir e aliviar o seu sofrimento físico e psicológico. O Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, 12 de outubro, pretende sensibilizar a população e o Hospital da Luz associa-se a esta causa, agradecendo também a todos os profissionais de saúde e cuidadores que diariamente se empenham para proporcionar uma vida com dignidade, conforto e humanidade aos seus doentes. Em 2024, cumprem-se 10 anos desde a resolução da Organização Mundial de Saúde (OMS) que alertou os Estados para a necessidade de melhorarem o acesso a estes cuidados, desafiando-os a “fortalecer os Cuidados Paliativos como um componente efectiva dos cuidados de saúde abrangentes ao longo da vida”. Dez anos depois, é feito o convite para se refletir no muito que ainda há por fazer para tornar estes cuidados de saúde mais acessiveis aos que deles necessitam: Estima-se que sejam mais de 60 milhões de pessoas em todo o mundo, de todas as idades e com diferentes patologias, que todos os anos necessitam de cuidados paliativos. Com o envelhecimento da população e aumento das doenças crónicas, esse número vai subir. Em Portugal, sabe-se que 70% das pessoas com necessidades paliativas – e são dezenas de milhar – continuam sem acesso a estes cuidados. O mais recente relatório do Observatório Português dos Cuidados Paliativos, de 2023, sobre a cobertura e caracterização das equipas de cuidados paliativos, aponta “insuficiências significativas” e graves “assimetrias a nível distrital”, concluindo que a mesma está em geral “abaixo do aceitável e recomendado” pelas diretivas nacionais e internacionais. Isto quer dizer que há milhares de portugueses sem acesso aos cuidados de saúde que poderiam dar-lhes mais qualidade de vida e dignidade Lembre-se: Os cuidados paliativos são uma resposta rigorosa da medicina moderna às várias causas do sofrimento humano relacionado com doenças graves, oncológicas ou não, e independentemente do prognóstico estimado, que pode ir de semanas a anos. Como apela a OMS, é preciso atender aos benefícios já comprovados e “fazer ouvir, junto dos decisores e responsáveis, a voz dos que necessitam de cuidados paliativos”.