O Hospital da Luz Coimbra tem agora disponível a Ressonância Magnética Funcional Crânio , um exame inovador e não invasivo, através do qual é possível visualizar o cérebro em pleno funcionamento, tendo por base pequena variações do fluxo sanguíneo. É assim possível detetar problemas no cérebro – como os provocados por um acidente vascular cerebral (AVC) – ou fazer o mapeamento cerebral para cirurgias realizadas por doentes com epilepsia, Alzheimer ou alguns tumores, de forma a estabelecer a linha terapêutica mais adequada e monitorizar resultados de alguns tratamentos e reabilitação. O Hospital da Luz Coimbra é o único hospital privado na zona Centro a disponibilizar este exame, que surge no âmbito da sua estratégia de investimento em inovação para a prática de uma Medicina de excelência e que crie valor para o doente. A ressonância magnética funcional (RMf) veio ultrapassar o modelo estático de visualização e elevar a níveis nunca antes conseguidos o conhecimento do cérebro, agora desvendado em pleno funcionamento. Por ser um exame muito diferenciado, a oferta é limitada, quer no setor privado quer no público. O cérebro ‘ao vivo’ “A principal vantagem da RMf é permitir localizar de modo totalmente não invasivo as áreas do cérebro responsáveis pelas funções mais importantes. Desta forma, podemos contribuir para uma redução da morbilidade pós-operatória, ao permitir um planeamento cirúrgico mais informado” explica Daniela Jardim Pereira , médica neurorradiologista do HL Coimbra. A avaliação da necessidade de realizar este exame, acrescenta, “é feita pelo neurocirurgião ou pela equipa multidisciplinar, em função da doença de base (tumores, epilepsia ou malformações vasculares, por exemplo), localização da lesão, intuito terapêutico e prognóstico”. Freire Gonçalves , médico neurologista do HL Coimbra, destaca, por seu turno, como os avanços no conhecimento do cérebro, na saúde e na doença “têm sido extraordinários”: “Atualmente, é possível identificar as estruturas do sistema nervoso e conhecer as suas alterações em muitas doenças, graças a tecnologias muito sofisticadas que permitem a sua visualização molecular e apreciar o seu funcionamento. Por outro lado, e numa perspetiva macro, também é possível, através dos estudos de imagem, observar a anatomia do cérebro in vivo e identificar as lesões que o envolvem, sendo a RMf a técnica de maior objetividade e eficácia neste campo”. Na maioria dos casos, essa informação é obtida enquanto o doente realiza uma determinada tarefa – como, por exemplo, mexer os dedos ou gerar palavras, para se avaliar as funções motora e da linguagem, respetivamente. Os benefícios destes métodos não invasivos são óbvios, como explica ainda Freire Gonçalves: “Podemos falar, rir, ouvir uma ordem ou um trecho musical, ver uma imagem, mover um membro, fazer uma qualquer tarefa e a área cerebral ativada nesse desempenho é imediatamente identificada. Ou, se houver uma lesão nessa área, a ativação estará perturbada tal como a função que lhe corresponde. Podemos observar que, no repouso, o cérebro não repousa. Aliás, o modo como se comportam as redes neuronais em repouso vai ajudar a conhecer melhor o cérebro em plena ação. De facto, a atividade cerebral processa-se a vários níveis e nem todos são conscientes”. “O papel da RMf em neuropsicologia irá revelar-se decisivo na investigação das funções cognitivas – nomeadamente, a memória – e possibilitar avanços significativos no conhecimento de doenças degenerativas , como a doença de Alzheimer”, conclui o neurologista.