Sara Viana Baptista , otorrinolaringologista do Hospital da Luz, concluiu o doutoramento em Medicina na Faculdade de Ciências Médicas/Nova Medical School (FCM/NMS) da Universidade Nova de Lisboa, a 12 de julho deste ano. Nas provas de doutoramento – com discussão da sua tese, intitulada “Vocal affection in thyroid surgery” – foi aprovada pelo júri por unanimidade, com distinção e louvor. A tese resultou de uma investigação realizada no Hospital da Luz em Lisboa, no âmbito da consulta de patologia da voz (departamento de Otorrinolaringologia), em colaboração com a consulta multidisciplinar da tiroide. Sara Viana Baptista, que é diretora clínica do Hospital da Luz Oeiras, explica o ponto de partida do seu trabalho: “A produção da voz resulta da função complexa do mecanismo vocal, mas os mecanismos pelos quais a cirurgia da tiroide pode afetar a voz ainda não são claros. Este estudo pretendeu quantificar as alterações vocais pré-operatórias e pós-operatórias, a longo prazo, em doentes submetidos a tiroidectomia sem imobilidade das pregas vocais e confirmar a hipótese de que o aumento do volume da tiroide é um fator de risco para as alterações vocais pós-operatórias”. Entre as principais conclusões a que chegou, destacam-se as seguintes: São frequentes as alterações vocais e na laringoscopia antes e após a tiroidectomia, sobretudo em doentes com tiroideias volumosas. A maior parte dos doentes com alterações vocais no peri-operatório de tiroidectomia não tem alterações na mobilidade das cordas vocais. As alterações vocais no pós-operatório são mais evidentes nos primeiros três meses e são mais frequentes nos doentes operados por bócios volumosos. Estratégias de abordagem multidisciplinar, com foco na intervenção precoce e individualizada na qualidade vocal, permitem melhores resultados e qualidade de vida dos doentes. O júri das provas de doutoramento – na foto em cima, com Sara Viana Baptista – era constituído por Jorge Spratley (Faculdade de Medicina da Universidade do Porto), António Miguéis (Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra), Paulo Vera-Cruz (Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa), David Lott (Mayo Clinic School of Medicine), Diogo Pais (FCM/NMS) e Pedro Escada (FCM/NMS). O trabalho de investigação teve como orientadores Paulo Vera-Cruz, Carlos Zagalo (Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz) e Rui Maio (FCM/NMS).