A enxaqueca é não só uma doença neurológica que exige tratamento individual, mas também «um problema social», que requer «um pouco de flexibilidade em termos laborais, escolares e até ao nível de relações pessoais», pois os doentes ficam temporariamente incapacitados de desempenhar as suas funções – defendeu Raquel Gil-Gouveia, coordenadora do Centro de Cefaleias do Hospital da Luz Lisboa, no ‘Diário da Manhã’ da TVI, a 19 de novembro. A médica neurologista foi convidada do programa para comentar um inquérito realizado a nível mundial por associações de doentes, que abrangeu 11 mil pessoas em 31 países, incluindo Portugal, e em que 80% afirmaram sentir-se limitados para cumprir tarefas diárias, metade dos quais assumiu faltar em média quatro dias por mês ao trabalho. «A enxaqueca não é só uma dor de cabeça: é uma doença neurológica em que o cérebro, de forma regular mas imprevisível, manifesta-se com sintomas como dor violenta, dificuldade de raciocínio e náuseas, que impedem temporariamente a pessoa de ‘funcionar’», explicou Raquel-Gil Gouveia. A Organização Mundial de Saúde estima que a doença afeta 15% da população mundial, considerando-a a segunda causa mundial de anos vividos com incapacidade e sofrimento. «Se se analisar as pessoas com menos de 50 anos, é mesmo a primeira causa de anos vividos com incapacidade. É muito mais frequente nas pessoas mais jovens, inclusive nas crianças» e «a maior parte das crises são imprevisíveis», salientou a diretora do Centro de Cefaleias do Hospital da Luz Lisboa. Veja aqui a participação no programa