O Hospital da Luz Learning Health, com o patrocínio científico da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia e da Sociedade Portuguesa de Cirurgia, realizou, no passado dia 19 de novembro, Dia Mundial do Cancro do Pâncreas, um webinar que juntou online alguns dos melhores especialistas nacionais e internacionais desta área e onde foram avaliados os principais desafios associados ao tratamento do cancro do pâncreas . Esta é a terceira neoplasia maligna do sistema digestivo mais frequente em Portugal , logo após o cancro do cólon e do estômago, e estima-se que surjam, anualmente, cerca de 1400 novos casos. Ralph Hrubran, da Johns Hopkins University, EUA, abriu os trabalhos deste webinar online com uma apresentação sobre os motivos por que o cancro do pâncreas continua a ser tão letal, tendo-se seguido duas mesas redondas sobre a epidemiologia e os fatores de risco desta patologia. Os desafios cirúrgicos do tratamento do cancro do pâncreas e o estado da arte deste tratamento foram outros dos temas debatidos pelos participantes, em intervenções de especialistas nacionais e estrangeiros, tendo a última apresentação ficado a cargo de Thilo Hackert, do Hospital Universitário de Heidelberg, Alemanha. A sessão foi encerrada pelos 2 principais organizadores, Rui Maio, diretor clínico do Hospital da Luz Lisboa e diretor de cirurgia do Hospital Beatriz Ângelo, e Jorge Paulino, especialista de cirurgia geral no Hospital Curry Cabral, Lisboa. O webinar teve quase três centenas de inscritos , tendo estado online, durante todo o decorrer das apresentações e debates, mais de 200 especialistas . No final, muitos deles manifestaram por escrito o seu agradecimento pela qualidade do webinar e do contributo dos palestrantes. Quanto ao cancro do pâncreas, são cada vez mais importantes a atenção e o estudo desta patologia pelos seus especialistas, uma vez que «as previsões são que, até 2030, seja a segunda maior causa de mortalidade por cancro, só superada pelo cancro do pulmão. Neste sentido, este webinar constituiu mais um passo para uma análise da evolução do que tem sido feito e quais as soluções para o futuro, em termos da abordagem que deve ser adotada para conseguirmos garantir sucesso terapêutico», explicou Rui Maio. Na altura do diagnóstico do cancro do pâncreas , apenas 20% dos doentes são suscetíveis de cirurgia direta. 50% dos tumores são irressecáveis , pelo que os doentes só podem ser submetidos a terapêutica paliativa. E cerca de 30% são borderline ressecáveis, ou seja, os doentes necessitam de fazer terapêutica neoadjuvante (quimioterapia e/ou radioterapia), de forma a terem possibilidade de intervenção cirúrgica a posteriori .