O Prémio Nacional de Gastrenterologia 2021 foi atribuído a Alexandre Ferreira , médico gastrenterologista do Hospital da Luz e do Hospital Beatriz Ângelo (HBA), pelo seu trabalho de investigação sobre o uso de uma tecnologia em exames de colonoscopia na deteção de cancro do cólon e reto . É o prémio mais importante na área de investigação em gastrenterologia, este ano com o valor de 10 mil euros, promovido pela Sociedade Portuguesa Gastrenterologia. Os tumores do cólon e reto são uma das principais causas de morte por cancro e o exame de colonoscopia, feito em rastreios de prevenção e de forma precoce, permite reduzir a incidência de casos e a mortalidade. No trabalho agora premiado – intitulado "Narrow Band Imaging (NBI) versus white light for the detection of sessile serrated colorectal lesions: a randomized clinical trial" –, Alexandre Ferreira investigou a utilidade do uso da luz de banda estreita (NBI) durante as colonoscopias para deteção de lesões pré-malignas, nomeadamente, de lesões serreadas. “Estudos efetuados anteriormente sobre a utilização da luz de banda estreita (NBI) na deteção de lesões serreadas tiveram resultados promissores, mas heterogéneos”, explica Alexandre Ferreira. O seu estudo incidiu sobre 782 doentes submetidos a colonoscopia no HBA, em metade dos quais foi usada a habitual luz branca de alta-definição e na outra parte a NBI. “Não se verificou um aumento de deteção de lesões com esta tecnologia”, conclui. Instituído em 2013, o Prémio Nacional de Gastrenterologia tem como finalidade distinguir trabalhos científicos inéditos e de excelência no âmbito da gastrenterologia, tendo em vista a prossecução dos objetivos científicos da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia . Foi atribuído apenas quatro vezes, duas das quais a gastrenterologistas do HBA e do Hospital da Luz: Joana Torres , em 2016, e agora Alexandre Ferreira.