Martin Lauterbach , neurologista do Hospital da Luz, é o autor da versão portuguesa da Bateria de Afasia de Aachen (AAT-P) . Esta bateria foi desenvolvida em 1984 na Universidade de Aachen, na Alemanha, para o diagnóstico estandardizado de afasia, o planeamento da terapia da fala e a avaliação da sua eficácia, tendo sido traduzida em várias línguas – como Inglês, Francês, Italiano e Holandês –, sendo assim a mais usada na Europa. A afasia: É uma perturbação central da linguagem, causada na maioria das vezes por acidentes vasculares cerebrais ( AVC ), manifestando-se através de distúrbios nos diferentes componentes do sistema linguístico, desde falar e compreender, até ler e escrever; Provoca, por isso, alterações profundas a nível pessoal, familiar e profissional dos doentes, que têm dificuldades de comunicação e distúrbios emocionais muitas vezes graves. A adaptação para a língua portuguesa da Bateria de Afasia de Aachen foi apoiada pela Fundação para a Ciência e tecnologia (FCT) , no âmbito de um projeto de pós-doutoramento, e foi recentemente publicada pela editora Hogrefe. Tem como coautores Isabel Pavão Martins, Gabriela Leal, José Fonseca e Klaus Willmes. Para a adaptação portuguesa da Bateria de Afasia de Aachen (AAT- P) foi avaliada uma amostra com um grupo de controlo, composto por 153 indivíduos saudáveis, e uma amostra clínica, composta por 125 indivíduos com afasia, classificados em oito síndromes afásicos. É a primeira vez que a editora Hogrefe implementa um sistema de diagnóstico informático, em que – após aplicação e cotação do teste em papel – o diagnóstico é gerido digitalmente, prescindindo assim de consultar as tabelas normativas. Oriundo da Alemanha, Martin Lauterbach formou-se em Medicina na Universidade de Aachen e desde há 20 anos que trabalha em Portugal, sendo neurologista e psiquiatra nas unidades do Hospital da Luz de Lisboa e Oeiras , acompanhando muitos doentes com afasia. A sua tese de doutoramento, em 1998, foi desenvolvida na área da neurolinguística sobre a leitura de pessoas com afasia. “A adaptação da Bateria de Afasia de Aachen é importante para médicos e terapeutas da fala em Portugal e o facto de existir em muitas línguas faz dela o instrumento ideal para acompanhar doentes bilingues e poliglotas. Além disso, ao partilharem um instrumento de diagnóstico comum, os técnicos podem participar em estudos internacionais no âmbito da afasiologia”, explica Martin Lauterbach. O sistema de diagnóstico é digitalizado, prevenindo cópias piratas da bateria e assegurando, assim, que somente os técnicos com a devida formação possam aplicá-la.