Fora dos courts do Clube de Ténis do Estoril, onde se joga até 2 de maio o Millennium Estoril Open, decorre um outro “grande desafio”, quase sem direito a pausas: a testagem periódica de todos os intervenientes no torneio e o cumprimento à risca dos planos de prevenção da COVID-19. “Até agora, está tudo a decorrer de forma tranquila”, salienta Carlos Palos , médico intensivista que coordena o grupo de controlo de infeção da Luz Saúde e que no Millennium Estoril Open é o responsável oficial do controlo de infeção (Tournament Infection Control Officer), coadjuvado por mais três médicos. “Tudo tranquilo”, neste caso, quer dizer que “não houve casos positivos de Covid-19, nem sequer pessoas a relatar sintomas ou contactos com casos positivos”. Recorde-se que ninguém entra no Clube de Ténis do Estoril sem um teste PCR negativo. Atletas, profissionais de saúde e elementos da organização são testados de quatro em quatro dias ou mesmo, nalguns casos, de dois em dois dias, no centro médico do Hospital da Luz ali instalado ou então no hotel oficial da prova – o que fará com que, no final do torneio, terão sido realizados cerca de 1.000 testes. Além disso, é feita triagem de temperatura nas entradas e toda a gente tem de preencher diariamente um questionário, através de uma aplicação, sobre a existência (ou não) de sintomas associados à Covid-19. “No caso de serem reportados sintomas relacionados, somos informados”, explica Carlos Palos. Ao contrário dos encontros que se vão sucedendo nos courts de terra batida, este jogo tem múltiplos jogadores, que se articulam e colaboram para que sejam cumpridas todas as regras, por vezes complexas: “ O desafio é imenso e implica uma atitude muito concertada entre a ATP, a organização nacional, o Hospital da Luz e o laboratório Synlab ”. “O tempo de resposta aqui é muito importante e por isso estamos a trabalhar com dois laboratórios, o central e o do Hospital da Luz Lisboa”, revela por seu turno Laura Brum , diretora médica da Synlab Portugal. “É mais exigente, pois não estamos nos nossos postos habituais de colheita, mas é desafiante. Gostamos muito deste tipo de participação em eventos”, conclui.